Coluna do blog Educação em Diabetes do dia 25/05/2012*
Há pouco tempo, escrevi um texto cujo tema era “educar para não precisar reeducar”, relacionado à alimentação das crianças. Pois bem, ontem à noite quando meu marido chegou em casa com a revista Galileu, da editora Globo, do mês de junho, percebi o quanto o meu raciocínio tinha lógica. A reportagem de capa propõe: “troque um hábito ruim por um bom hábito”, com a ilustração da troca de um brigadeiro por uma maçã. Você é capaz?
No interior, a matéria explica o mecanismo da formação dos hábitos em nossa vida, apontando vários estudos de diversas partes do mundo. E traz diversos outros estudos que mostram que é possível reprogramar o cérebro. Não que seja uma tarefa fácil. Não é. A maior parte das pesquisas mostra que o cérebro trabalha com recompensa, e é essa justamente a chave das mudanças de hábitos. Mudar as recompensas e “manter o cérebro feliz”.
Complicado? Mas não custa tentar. Não vou descrever aqui toda a matéria, mas indico a leitura, foi ela que me inspirou, hoje, a falar sobre mudanças de hábitos, principalmente relacionados à alimentação. Muitas vezes nos sentimos culpados por não conseguir mudar. Esses estudos nos trazem um certo alívio, na medida em que nos mostram não é uma tarefa simples, já que agimos inconscientemente. E nos trazem, também, um grande desafio: é preciso muita vontade, é preciso identificar os hábitos que nos desagradam, torná-los mais conscientes, e só então partirmos para a transformação. Precisamos perceber o que está em jogo. Qual é a recompensa e como podemos transformá-la?
Fazer uma lista do que não está legal, e a alimentação se inclui aí, assim como a inclusão de uma atividade física na rotina, e outras coisas mais que consideramos importante mudar. Hábitos ruins, normalmente, nos trazem culpa – que pode trazer prejuízos à saúde. Existe, sim, o mecanismo da recompensa, mas passado um tempinho, lá vem a tal culpa nos importunar.
A vantagem é que bons hábitos podem nos trazer como recompensa indireta uma consciência mais tranquila e uma vida mais saudável. Ainda mais quando temos uma doença, como o diabetes, fazendo parte da nossa vida.
E aí eu volto na questão do educar para não precisar reeducar. Já temos muitos hábitos nada bons arraigados e outros exemplares. Com as crianças, temos a chance de criar bons hábitos, com as melhores recompensas. Sempre cito a minha mãe. Graças a ela, tenho alguns bons hábitos alimentares: não comer fritura, gordura e muito doce. Meu cérebro aprendeu que isso era ruim para meu corpo. Bom, ainda bem, porque, assim, quando descobri o diabetes não precisei fazer uma revolução na minha vida. E se conseguirmos isso com cada criança, no futuro, teremos adultos que não precisarão reprogramar os seus cérebros para viver melhor e mais tranquilos.
Aceitam o desafio? Você já mudou algum hábito ruim? Conseguiu manter bons hábitos? Conte-nos como foi?
*Eu e a nutricionista Camila Faria escrevemos diariamente sobre diabetes no blog Educação em Diabetes, da Doce Vida! Acompanhem!