Na manhã desta sexta-feira, 9 de novembro, o endocrinologista João Eduardo Salles, da Santa Casa de São Paulo, apresentou dados da pesquisa conduzida pelo Ibope Inteligência, encomendada pela farmacêutica Merck, sobre a percepção da população sobre o pré-diabetes. E, apesar da importância de se detectar o pré-diabetes, 42% das pessoas desconhece o termo. O evento faz parte da campanha do mês do Diabetes (#novembrodiabetesazul), em que se trabalha a prevenção e o alerta sobre a doença, e foi realizado em um espaço gastronômico na capital paulista.
O diagnóstico de pré-diabetes pode ser essencial para que a pessoa não venha a desenvolver o diabetes tipo 2, doença que, segunda dados do International Diabetes Federation (IDF), cresceu 61,8% nos últimos anos, no Brasil. Trata-se de um estágio anterior ao diabetes, entre a taxa de normalidade e o diabetes. Quando os exames acusam glicemia de jejum entre 100 a 125 mg/dL; ou no teste de tolerância à glicose entre 140 e 199 mg/dL; e ainda a hemoglobina glicada entre 5,7% e 6,4%.
Segundo Salles, todas as pessoas que têm diabetes, independente do tipo de diabetes, vão passar pela fase do pré-diabetes. Mesmo assim, a pesquisa mostrou que 47% das pessoas entrevistadas não receberam o diagnóstico de pré-diabetes. A pesquisa também mostrou que os fatores de risco (neste post, falamos sobre eles) para o desenvolvimento de pré-diabetes e consequentemente de diabetes também são desconhecidos da população.
De 80 a 85% das pessoas que vão desenvolver diabetes tipo 2, tem sobrepeso ou obesidade, sendo que 55% dos brasileiros estão nessa faixa; e 66% , segundo o levantamento, não praticam atividade física regularmente.
Para o Salles, não há como falar sobre pré-diabetes sem falar de obesidade. “Obesidade não é desvio de caráter, obesidade é doença’. Precisamos falar de obesidade e precisamos falar de diabetes. Intervenções de mudança de estilo de vida e a terapia com medicação na fase do pré-diabetes podem evitar ou adiar o desenvolvimento do diabetes tipo 2. “O pré-diabetes é uma categoria de risco aumentado para o desenvolvimento de diabetes mellitus. Conhecê-lo é essencial para tentarmos reverter alguns quadros com mudanças de hábitos e controlarmos o desenvolvimento da doença’, destacou o endocrinologista da Santa Casa.
Você tem pré-diabetes? Como reduzir as chances de desenvolver diabetes?
A condição deve ser controlada por toda a vida para que se tenha sucesso. O ideal é começar com mudanças no estilo de vida, com adoção de hábitos alimentares equilibrados, de preferência com acompanhamento de um profissional de nutrição, e prática de atividade física, que pode ser feita em curtos períodos ao longo do dia, totalizando 30 minutos diários, ou 150 minutos por semana. A terapia medicamentosa também pode ser benéfica. Hoje, o medicamento mais usado e mais indicado para o controle do pré-diabetes é a metformina.
Para para o diabetes é preciso detectar o pré-diabetes
Segundo o gerente médico da Merck, Marcos Cataldo, a intenção da empresa com a pesquisa é que a informação possa ajudar na mudança de hábitos.
Salles, que também é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), lembra que quanto mais cedo se tratar a condição, menores serão os riscos de complicações, como neuropatia, nefropatia, amputações, entre outras.
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